Deus criou o céu, a terra, a água, as plantas, os animais, o homem e a mulher.E viu que era tudo maravilhoso. Era o sétimo dia, então ele resolveu descansar, pois ninguém é de ferro. Em um sonho bom, Deus admirou sua criação, mas percebeu que faltava algo. Deus acordou e resolveu criar a mídia. A princípio a mídia teria o poder de admirar a criação divina, de refletir suas belezas, de divertir, informar e educar os homens. Deus então deu o controle universal para a mídia. O homem adorou a nova criação de Deus e viveu feliz com a mídia durante milhares de anos.Com o tempo, no entanto, a mídia, vaidosa de seus poderes, quis tomar o lugar de Deus.
Juntou todos os homens ao seu redor e criou uma audiência universal. Todos só tinham olhos para a mídia, que ditava tudo, desde o que vestir, até o que falar, o que gostar, como se comportar. A mídia tinha tirado toda a atenção do homem e alastrou sobre a terra a opressão.
Simplificando tudo, a mídia criou homens que gostavam sempre das mesmas coisas, e sempre mais. Criou uma sociedade do consumo.Mas o pior de tudo não era isso. A mídia tomou o homem de tal forma que ele hoje é incapaz de se questionar sobre o poder da mídia, seu novo Deus.
No início desta campanha de renovação das concessões, queremos levar à sociedade, aos seres humanos, um questionamento simples: quem tem o controle? Quem está sob controle? A mídia nos controla ou nós controlamos a mídia? Porque durante esses anos todos temos nos acostumado a ver, ouvir e ler as mesmas coisas, sem se perguntar como seria o mundo visto de maneira diferente?
Durante tanto tempo nos acostumamos com a idéia de que as nossas emissoras de rádio e tv são eternas, obras divina, inquestionáveis e cujas concessões, irrevogáveis.Será? Se podemos matar nossos irmãos, porque não criar rádios comunitárias? Se podemos destruir a natureza, porque certas mentiras precisam ser eternas? Se podemos mudar o curso dos rios, porque não podemos mudar o canal?
